sábado, fevereiro 03, 2007

Jornalistas tucanizados

Navegando pela net encontrei uma boa definição para o que sinto quando ligo a TV.

Há vinte, ou mais anos, ele se dizia de esquerda, e, às vezes, achava-se sincero. Por algum tempo experimentou alguma simpatia pelo PT. Ele é, porém, camaleônico e acabou por aderir à fé dos patrões. Entende que o Brasil dele é quase perfeito, o Brasil dos outros não interessa. Declara ter lido boa parte, no mínimo, da monumental obra de Fernando Henrique Cardoso, e considera José Serra o maior economista do hemisfério sul. Ganha mais do que seus colegas de outras terras, troca de carro (ou carros) com freqüência, sua residência oferece espaço e conforto, goza de férias em recantos aprazíveis e aspira voluptuosamente o perfume do vinho ao girá-lo dentro do copo Riddel com mão esperta. Não hesita em crer que Daniel Dantas é o admirável protótipo do banqueiro bem sucedido, alguém que sabe das coisas, e como sabe. Enxerga em Hugo Chávez um perigoso populista de quinta e em Evo Morales um aproveitador da fraqueza de Lula. O qual não passa de um matreiro ignorante de arrabalde. Este é, sumariamente traçado, o perfil do jornalista tucanizado. Digo, aquele que chegou lá e de quem o patrão aperta a mão com efusão. Enxames de jovens invejam-no e se empenham a lhe seguir os passos. As redações nativas pululam de uns e outros. Trata-se dos azeitados instrumentos usados pelos senhores da mídia para imbecilizar a nação. Tentam, pelo menos. A reeleição de Lula foi para eles grave revés, mas são resistentes e, impávidos, voltam à carga. Entende-se que não lhes procuro a companhia. Pelo contrário, basta vê-los ao longe e dou no pé.

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